O povo brasileiro é talvez o mais diversificado do mundo. Somos descendentes de índios (de várias tribos), negros (de várias etnias), portugueses, espanóis, italianos, alemães, árabes, judeus, libaneses, e povos da extremo oriente: hindus, chineses, japoneses, coreanos...
A origem dos sobrenomes terminados em "eira" é quase sempre judaica. Os judeus tiveram que mudar o nome para fugir da inquisição e/ou se converter ao cristianismo. No caso dos judeus portugueses, eles escolheram nomes de profissão ou de árvores. Exemplo: Ferreira, Oliveira, Pereira...
Os nomes: de Jesus, dos Santos, da Conceição, da Graça, etc... são nomes católicos que foram adotados (ou impostos?) por índios e ex-escravos negros. O nome "da Silva" significa "povo silvícula ou da selva" e também foi adotado no Brasil pelos índios e negros. Alguns brancos já vieram de Portugal com esse nome, pois eram considerados silvículas para os antigos romanos.
Infelizmente, hoje fica difícil conhecer nossa própria origem devido a essa prática. Acho que teria sido muito mais interessante se os índios adotassem como sobrenome o nome de sua tribo e o negro fizessse o mesmo (ao invés de adotar um sobrenome católico).
Exemplo: Assim, hoje ao invés de "João da Silva" teríamos "João Tupinambás". A origem exata de João seria conhecida pelo nome. Saberíamos que ele possuí ascendência indígena e saberíamos até de qual tribo.
Outro exemplo: de "José dos Santos" para "José Bantu". Saberíamos assim, através do sobrenome, que o José é descendênte de africanos, da tribo Bantu. Desta maneira seria muito mais fácil a construção de árvore genealógicas e o nosso auto-conhecimento se daria através de um resgate histórico. A verdadeira função do sobrenome sempre foi essa, mas no Brasil isso não pegou e como se tivéssemos vergonha de nossas orígens, adotamos nomes católicos para mascarar a mistura de raças.
Particulamente, acho que a mistura de raças é uma riqueza do nosso povo. Tenho muito orgulho em dizer: sou descendente de italiano e suiço (embora não tenha no meu sobrenome, mas meus bisavós sim), de índios e negros (Da Silva, e De Jesus, que também não tenho no meu sobrenome, mas meus avós sim), de judeus portugueses (Ferreira) e de portugueses católicos e de espanhóis.
Mas os espanhois e portugueses, por sua vez, não são uma etnia, são apenas uma nacionalidade. A Espanha e Portugal ficaram 400 anos sob influência dos árabes que ali habitaram por todo esse tempo. Logo, portugueses e espanhois, são descendentes de árabes (misturados com celtíberos, fenícios, romanos, judeus, etc)
Os romanos (italianos), por sua vez, são a mistura de gregos, judeus, fenícios, lombardos, germanos, etrúscos, etc...
Logo, eu sou descendente de: romanos, judeus, árabes, gregos, celtas, íberos, persas, africanos, índios, etc, etc, etc...
Conclusão, não existe pureza de raça. E no ser humano, não existe o conceito de raça.
terça-feira, 23 de março de 2010
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