quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Independência da America Latina

"Libertadores da América"! Quando ouve essa expressão, a maioria dos brasileiros logo pensa na taça disputada todos os anos por times de futebol do Brasil e de outros países da América do Sul. O que, talvez, muitos não saibam é que o nome da taça é uma homenagem aos líderes dos movimentos de independência nos países da América.

Dentre esses líderes, o que mais merece o título de "Libertador" talvez seja Simón Bolívar, que lutou para vários territórios do continente americano deixarem de ser colônias da Espanha e se tornarem independentes. Esses territórios deram origem à Venezuela, à Colômbia, ao Equador, ao Peru e à Bolívia.

Não bastasse tudo isso, Bolívar reunia qualidades que o tornavam mais admirável que as figuras-chave dos processos de independência de outros países do continente americano. Por exemplo, enquanto George Washington, um dos líderes da independência norte-americana, era um rico fazendeiro dono de escravos, Bolívar, por sua vez, defendia a abolição da escravidão e chegou a libertar escravos na Venezuela.

Em 1822, em Guayaquil (no atual Equador), Bolívar reúne-se com o argentino José de San Martín, que havia liderado os movimentos de independência na Argentina (1816) e no Chile (1819). Ambos estavam lá para discutir a estratégia para tornar o então Vice-Reino do Peru independente da Espanha, o que acabou se concretizando em 1824.

Embora concordassem que as colônias deveriam se tornar independentes da Espanha, os dois "libertadores" tinham planos diferentes para os países da América Espanhola. San Martín acreditava que o melhor era que as ex-colônias se tornassem monarquias, cujos chefes de Estado seriam príncipes europeus convidados para governá-las.

Na visão de San Martín, essa seria uma forma de evitar guerras civis e facilitar o reconhecimento da independência das ex-colônias por parte das potências estrangeiras, especialmente as da Europa. Para Bolívar, as ex-colônias deveriam se organizar numa única grande república federativa, unidas sob um mesmo governo, mais ou menos nos moldes dos Estados Unidos.

Ideais Republicanos e Democratas

Se compararmos Bolívar com dom Pedro 1º, que, como todo estudante brasileiro deve ou deveria saber, foi quem proclamou a Independência do Brasil no dia 7 de setembro de 1822, as diferenças são ainda maiores: enquanto dom Pedro era um monarca com claras tendências absolutistas, Bolívar defendia ideais republicanas e democráticas.

Apesar de Bolívar pertencer à elite criolla (criollos é como eram chamados os descendentes de espanhóis nascidos na América), da qual faziam parte fazendeiros, donos de minas e comerciantes, ele divergia da opinião da maioria dos membros dessa elite em pontos importantes: era favorável ao fim da escravidão (muitos criollos eram donos de escravos e defendiam a continuidade da escravidão após o fim do domínio espanhol) e considerava a América espanhola uma "nação mestiça", não uma extensão da Europa (como preferiam acreditar muitos criollos).

E Bolívar não ganhou admiradores apenas nos países que ajudou a tornar independentes, mas também em outras nações do continente, dentre as quais, o próprio Brasil. Só por isso já valeria a pena conhecer mais a respeito dessa figura histórica fascinante. (...)

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