terça-feira, 15 de março de 2011

Leishmania

As leishmanioses constituem um grupo de doenças parasitárias de caráter zoonótico de ampla distribuição geográfica, causadas por uma variedade de espécies de protozoários pertencentes ao gênero Leishmania. A leishmaniose é considerada a segunda principal doença causada por protozoário, perdendo somente para a Malária em incidência e é considerada a quinta maior endemia mundial, segundo a Organização Mundial de Saúde. A leishmaniose visceral é uma doença de grande importância médico-veterinário e é transmitida no Brasil pela picada da fêmea de Lutzomyia longipalpis, popularmente conhecida como flebotomíneo, mosquito-palha ou birigui, infectado.

Um importante aspecto epidemiológico consiste no fato de que as fêmeas destes flebotomíneos possuem caráter oportunista, no qual uma ampla variedade de vertebrados faz parte de sua alimentação no meio ambiente, parasitando roedores, carnívoros, marsupiais, endentados, insetívoros e, principalmente, cães e humanos, sendo caracterizada em ambos por lesões na pele (leishmaniose tegumentar) ou envolvimento visceral generalizado (leishmaniose visceral). Devido à elevada prevalência de infecção canina, o cão é considerado o principal reservatório da doença em ambientes domésticos.

No Brasil, a leishmaniose visceral canina tem precedido a ocorrência de casos humanos. A infecção em cães tem sido mais prevalente, constituindo um severo problema de saúde pública em todo o País.

Os cães são importantes reservatórios no ciclo doméstico da leishmaniose visceral (LV) e são considerados a principal fonte de infecção dos flebotomíneos devido à forte prevalência da infecção canina, quando comparada à infecção humana.

As manifestações clínicas da doença podem variar consideravelmente, sendo dependentes da interação da espécie do parasita, da resposta imunológica de cada hospedeiro e da fase atual da doença. O período de incubação da doença pode variar de 1 mês a 4 anos.

Entretanto, cães infectados podem permanecer clinicamente normais por um período muito longo de tempo.

Aproximadamente 50% a 60% dos cães infectados são assintomáticos, o que sugere a existência de animais resistentes ou com infecção recente na população. Cães infectados, mesmo assintomáticos, podem apresentar grande quantidade de parasitos na pele, o que favorece a infecção do inseto vetor, permanecendo um elo no ciclo biológico da doença.

Prevenção e controle

O controle da leishmaniose visceral tem como objetivo principal interromper a cadeia de transmissão da doença em uma população. Essa medida é de difícil execução, por exigir uma perfeita integração das ações direcionadas ao ambiente e aos animais que nele vivem.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o diagnóstico precoce e tratamento dos casos humanos, diagnóstico e sacrifício dos animais soropositivos e a identificação e eliminação do vetor como medidas de controle da doença. Os cães são considerados infectados ao apresentar resultados soropositivos em testes de diagnóstico sorológico, ELISA e RIFI, conforme preconizado no Programa Nacional de Controle de Leishmaniose Visceral no Brasil.

Dentre as medidas profiláticas contra a leishmaniose, o controle do vetor tem se mostrado eficaz na prevenção da doença. Diversas ações podem ser adotadas, visando a esse controle no animal ou no ambiente.

Controle do vetor no ambiente:
Recomenda-se borrifação com inseticidas à base de piretróides, remoção de qualquer espécie de matéria orgânica em decomposição, mantendo o ambiente limpo e plantio de repelentes naturais, dentre outras.

Controle do vetor no animal:
A utilização de inseticidas tópicos ou repelentes naturais em loções ou incorporados em coleiras tem se mostrado um método auxiliar eficaz contra a doença. Estes exercem efeito repelente e letal sobre os flebótomos, minimizando a possibilidade de ocorrência do repasto sanguíneo e, conseqüentemente, de infecção dos animais.

Imunoprofilaxia (vacinação):
É considerada a forma mais eficaz no controle da leishmaniose visceral canina por proteger o animal da doença e impedir que se torne um reservatório potencial do parasita, servindo como fonte de infecção dos vetores.
É recomendado associar a outros métodos preventivos contra o vetor.

As atuais estratégias utilizadas para o controle da leishmaniose visceral consistem na detecção dos cães infectados, seguida do seu sacrifício, no controle do vetor e no tratamento dos casos humanos. Entretanto, tais medidas não têm se mostrado eficazes. Dessa forma, o desenvolvimento de vacinas caninas surge como uma estratégia importante no controle da doença.

As vacinas convencionais, em sua maioria, são compostas por partículas íntegras de microrganismos, contendo inúmeras proteínas não relacionadas com a resposta imune ou até mesmo relacionadas à imunossupressão do indivíduo.

Enormes vantagens foram trazidas pela Tecnologia do DNA Recombinante, utilizada na vacina Leish-Tec®. As vacinas recombinantes são derivadas de modificações genéticas em microrganismos. Elas podem ser compostas por proteína ou por vírus recombinante e apresentam a vantagem de permitir uma avaliação detalhada da resposta imune induzida pela imunização.

A Leish-Tec® - Vacina Recombinante contra Leishmaniose Visceral Canina será comer­cializada exclusivamente para médicos ve­terinários.

A vacina deverá ser aplicada em cães acima de 4 meses de idade

A vacinação deverá ser precedida de um minucioso exame clínico realizado por um médico veterinário.

A vacina deverá ser aplicada somente em cães assintomáticos

Posologia: Três doses com intervalo de 21 dias entre as aplicações. Em caso de atraso, iniciar novo protocolo.

O animal apresentará a resposta imunológi­ca 21 dias após a terceira dose.

Revacinação anual a partir da primeira dose. Em caso de atraso até 15 dias, administrar duas doses com intervalo de 21 dias entre as aplicações. Prazo superior a 15 dias, iniciar novamente todo o protocolo vacinal proposto.

Como no uso de todos os produtos biológi­cos, podem surgir reações de hipersensibili­dade, que deverão ser imediatamente trata­das de acordo com a orientação do médico veterinário.

A vacinação não é o único instrumento de prevenção e controle dessa enfermidade. Outras medidas também devem ser adota­das, conforme normatização do Ministério da Saúde.

Em casos de animais vacinados com outra vacina contra leishmaniose visceral canina, diferente da Leish-Tec® - Vacina Recombinante contra Leishmaniose Visceral Canina, o proprietário deverá assinar uma declaração específica e cumprir todo o protocolo proposto da Leish-Tec® - Vacina Recombinante contra Leishmaniose Visceral Canina para imunização do animal. O atestado de vacinação anterior deverá ser mantido anexo ao atual pelo fato da imunização com a Leish-Tec® - Vacina Recombinante contra Leishmaniose Visceral Canina não ter o condão de reverter uma eventual sorologia positiva decorrente da vacinação anterior do cão com produto distinto desta vacina.

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