quarta-feira, 4 de maio de 2011

Economia Mundial

O espaço geográfico resulta da atuação do homem (com suas técnicas, desenvolvidas ao longo da história) sobre o meio natural. O espaço geográfico reflete a evolução da sociedade, que deixou marcas visíveis sobre a natureza.

As primeiras sociedades organizadas viviam em grande harmonia com a natureza. Suas técnicas, assim como as suas ferramentas e instrumentos, eram acessíveis a todos os indivíduos. O pousio (deixar a terra descansar para que recupere seus nutrientes), a rotação das culturas (plantar diferentes alimentos de forma alterada), as agriculturas eram formas de atuação que permitiam preservar a natureza e conseqüentemente reutilizá-la.

Com a evolução das técnicas (instrumentos, equipamentos e máquinas), surgiram formas de acumulação de riqueza que propiciaram o aparecimento de sociedades mais complexas, baseadas em relações político-econômicas que colocavam em jogo inúmeros interesses e, portanto, geravam grandes choques.

Um exemplo marcante da importância da terra foi o período do feudalismo na Europa (Idade Média). O poder sobre a terra representou o principal fator de diferenciação entre os membros da sociedade européia. A natureza e o território contribuíram, para o estabelecimento de um poder exercido pelo “dono” da terra, o senhor. Os servos eram aqueles que não tinham a posse de parte da natureza ou do território.

Durante esse período, a propriedade da terra era condição para o controle do espaço geográfico e para o exercício do poder.

O impacto da evolução do capitalismo sobre o espaço geográfico

A delimitação territorial dos feudos impôs um período de pequena mobilidade da população, com menos conflitos de grandes proporções e desenvolvimentos de técnicas agrícolas.

Contudo o crescimento da população passou a necessitar de meios de subsistência nos feudos. Assim, os senhores permitiam que os servos saíssem dos feudos, juntando-se aos comerciantes, que acompanhou o movimento das cruzadas.

As atividades agrárias típicas do feudalismo perderam importância e a figura do senhor feudal perdeu poder para uma nova classe, que enriquecia com o comércio: os burgueses.

Com o capitalismo, as técnicas passaram a evoluir continuamente e num ritmo mais acelerado, que permitiu o estabelecimento de uma nova forma de produção, baseada na busca incessante do lucro. O lucro antes e acima de tudo é o funcionamento afetivo das técnicas criadas exigida intensa apropriação do espaço. A eficiência das maquinas era tanto maior quanto mais amplos os territórios dominados, uma vez que desses territórios os recursos, eles vendiam os produtos manufaturados.

Com o passar do tempo, as técnicas ficavam mais apuradas. Os países que dominavam tais técnicas utilizaram-nas para dominar outras partes do mundo. Conseqüentemente, surgiram funções econômicas para cada porção do espaço na superfície da Terra.

Os territórios que controlavam as técnicas se transformaram em países hegemônicos e, valendo-se de diversos métodos (imposição à força militar, associação com as elites locais, influência econômica e cultural), conseguiram impor seus interesses mercantis aos demais. Estava criada a Divisão Internacional (ou territorial) do Trabalho (DIT).

A DIT aparece com mais clareza durante a Revolução Industrial. À medida que as técnicas evoluíam, tornava-se cada vez mais necessário o domínio de novos territórios. O capitalismo industrial que evoluía nas potências européias promoveu o interesse por novos mercados produtores e consumidores, as metrópoles, intensificava os territórios dominados, as colônias.

O auge desse processo foram as duas Guerras Mundiais, nas quais os interesses econômicos das grandes corporações empresariais acabaram empurrando as nações para confrontos bélicos de produções gigantescas.

As elites dos países industrializados fizeram das guerras o método de escolha para mediar a disputa de seus interesses. A grande parte das mudanças que ocorrera no mundo liga-se diretamente a esses confrontos.

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